segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

“O Bolsa Atleta não é assistencialismo. É voltado para atletas com o melhor desempenho”, Fábio Mitidieri, secretário de Esportes de Aracaju (Liberdade Notícias 2 –Rádio Liberdade FM– 12/12/2011)


Há uma reclamação crescente em relação ao apoio concedido pela prefeitura da capital sergipana aos atletas locais que pretendam disputar campeonatos pelo Brasil e pelo mundo, o Bolsa Atleta. Em tese, é uma bela iniciativa. Só que há quem reclame da escolha de alguns em detrimento de outros. Isso, segundo a secretaria, seria definido pelos resultados obtidos em competições variadas, fundamentando o auxílio nas potencialidades de cada esportista escolhido.

Mas há quem destaque a necessidade de oferecer o auxílio aos mais necessitados. Pelo que prevê o projeto, essa não seria a função dele. Possivelmente é esse o ponto. Vejamos: escolher por mérito o atleta necessita de um complexo sistema de avaliação. Rankings e uma comissão de ‘notáveis’ é pouco. Há que se contar com a opinião de especialistas em cada esporte e, em última instância, a população deveria, de alguma forma, ser consultada, pois esporte mexe com a paixão das pessoas. Então, talvez se a forma de escolha fosse mais objetiva, oferecendo o apoio a quem mais precisa financeiramente dele, essa celeuma podia ser evitada. Até porque titular o auxílio de ‘Bolsa’, pegando carona em um programa federal de sucesso, acaba permitindo uma dubiedade de avaliação da função final do apoio aos atletas que, como se vê, acaba gerando mais e mais confusão.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

“Se for ela mesma, poderá responder pelo crime de racismo, que é inafiançável. A pena varia de dois a cinco anos”, presidente da SaferNet, Thiago Tavares (Terra Magazine –www.terramagazine.terra.com.br– 09/12/2011)


A net, de maneira geral, e o Twitter, em particular, foram palco de declarações supostamente feitas pela gaúcha (?) Sophia com ofensas contra nordestinos. Ridículo e criminoso, como todo ato discriminador, além de forte reação no meio digital, o ‘piti’ recebeu o que merece: o presidente da Safernet, organização não-governamental que combate crimes contra direitos humanos na web, vaticinou as ações legais que podem – e devem – ser tomadas.

Só que as tais declarações vieram repletas de referências à miséria nordestina. Aí o ‘crime’ da moça passa a ser ignorância. Aos números: pelos dados do IBGE de 2009, o Nordeste aumentou sua participação no PIB nacional em 1% e o Sul, onde mora a figura, diminuiu 0,6%. Nos empregos gerados, o Nordeste respondeu, entre 2007 e 2010, por 23% do total brasileiro. O Sul? 16,3%, segundo o MTE-RAIS. Ainda que tenhamos problemas econômicos, temos evoluído. Mas como dados econômicos são frios, guardei para o final o melhor: entre o Sul e o Nordeste, qual região tem mais gente feliz e vivendo plenamente a vida? É claro que é no Nordeste. Como comprovar isso? Simples: alguém já viu um nordestino perdendo tempo na internet ou em qualquer lugar para depreciar brasileiros de outras regiões?

P.S. Para que irmãos do Sul, do Sudeste, do Norte e do Centro-Oeste não se ofendam com as comparações: o Nordeste cresce a olhos vistos por ter uma bela força de trabalho e de consumo locais, mas também pelo fato de brasileiros de todas as regiões terem descoberto como é bom, produtivo e porreta viver aqui. E que sejam sempre bem vindos! #NordestinoSimSenhor

“Infelizmente, desde a sua aprovação, os bancos têm atuado no sentido de desrespeitá-la”, José Souza, presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Jornal da Cidade – 09/12/2011)


A questão discutida pelo sindicalista é a velha e desrespeitada Lei dos 15 Minutos, que prevê que esse seria o tempo máximo de permanência de um cliente nas agências bancárias de Aracaju. Louvável atitude dos nossos vereadores, a lei confirma a máxima de que, no Brasil, é mais fácil criar leis do que vê-las aplicadas.

Mas a fala de José Souza tem um quê de cortina de fumaça: afinal, o sindicato, quando realiza greves, inclui na pauta as contratações, além de salários, é claro, mas não coloca os 15 minutos como bandeira maior. Essa reivindicação teria apoio de todos, destratados que somos diariamente em indianas filas bancárias. Passa a impressão de que os bancários realizam greve apenas para aporrinhar mais o cliente e para conseguir 15 minutos de fama no noticiário. Infelizmente, greve de bancários tem todo ano. Espera infinita nas filas tem todo dia. E o sindicato caga e anda para o povo que utiliza o sistema bancário – pedindo desculpas antecipadas pela referência à deprimente cena de uma cliente que foi as vias de fato intestinais em uma agência bancária aracajuana.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

“Gosto muito de João Biliu, mas não é verdade. Ele insistiu em dizer que eu era sócio de Rogério Carvalho de forma inconveniente, mas não é verdade", empresário Emmanuel Oliveira (Jornal da Ilha –Gilmar Carvalho– 07/12/2011)


O desmentido do empresário, que é fundador do Shopping Prêmio, em Socorro, expõe o ex-deputado federal João Fontes – creio que ‘Biliu’ é tratamento entre amigos – a uma situação no mínimo chata. Informações sobre negócios que envolvem milhões não são encontradas a cada esquina. E se houvesse mesmo intenção de compra da Rede Jornal de Comunicação por parte do empresário, em sociedade com o deputado federal Rogério Carvalho, não creio que fosse algo comentado abertamente. Segredo é a alma do negócio, ensinam os mais experientes.

Mais uma: a Rede Jornal é, historicamente, ligada ao ex-governador João Alves, possível pré-candidato a prefeitura de Aracaju pelo DEM. Rogério é pré-candidato ao mesmo cargo pelo PT. Adversários diretos na disputa, portanto. Se o boato tivesse mesmo procedência, e pelos valores aventados (R$ 7 milhões), será que essa não seria uma ‘arma’ política com poder de fogo suficiente para João Alves utilizar, insinuando uma suposta incompatibilidade entre o que Rogério ganha e o que possui? Então porque um outro João, o Fontes, tomaria para si tão valiosa carta na manga? Ficando o dito pelo não dito, resta a João Fontes dar uma de ‘João sem braço’ e esquecer o assunto. Ou seguir acusando e sendo voto vencido, pela negativa de todos os envolvidos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

“Se eleito, transformarei Aracaju em um grande centro náutico de todo o Brasil”, deputado federal Laércio Oliveira (Blog do Giovani Allievi –www.infonet.com.br/giovaniallievi– 01/12/2011)


Ao ler a declaração do deputado e pré-candidato a prefeito de Aracaju, me encantei com a simplicidade e eficácia da proposta. Cortada por serenos e navegáveis rios, do ponto de vista esportivo, e dotada de um mar agradável, Aracaju pode mesmo ser uma referência náutica, sim! Mas a declaração já sofre pesadas críticas, inclusive lá mesmo no blog de meu amigo Giggio, de gente que considero sofrer da ‘síndrome de obras megalômanas’.

Não há outra forma de classificar quem critica uma ideia executável pelo simples fato de que ela não exige montanhas de dinheiro. Os rios estão aí, dádivas divinas, e não utilizá-los bem é não acreditar que Deus nos ofereceu algo tão legal para que fizéssemos o melhor uso possível. Alguém pode dizer que ‘se é tão bom, porque Recife (PE) não investiu nisso?’. Ao que respondo: na fedentina exalada nas águas de lá, qual esporte se praticaria? Quem fica mais tempo sem respirar? A proposta de Laércio deve e pode ser levada a sério. Seria uma redenção em termos de exposição da cidade no Brasil e no mundo, com alto índice de atração turística, competições em qualquer época do ano, gastos públicos conscientes e controláveis e, o melhor, com a preservação de nossos mananciais garantida. Que esse debate não faça água e chegue até as eleições do ano que vem.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“Só os empenhos de Nossa Senhora do Socorro (R$ 3 milhões) dava para construir três mil casas”, deputado estadual Augusto Bezerra (Correio de Sergipe – 30/11/2011)

A nova bandeira oposicionista está desfraldada: querem caçar as ONGs. Papel primordial da oposição, conferir os gastos públicos é mesmo uma obrigação. Mas é preciso atentar para não cair na generalização. Se o deputado grita que está errado o repasse, que prove. Do contrário, nesse caso específico, as pessoas que foram beneficiadas nos convênios firmados com Secretaria do Trabalho poderiam a ser consideradas criminosas também, já que foram beneficiadas com as verbas, o que é um absurdo!
Mas Augusto Bezerra extrapola também em outros quesitos. Começa com a matemática. Vamos lá: R$ 3 milhões fariam 3000 casas? Uma casa custa R$ 1000? Onde, quando e como, deputado? Se é possível essa conta estar certa, o senhor Bezerra é um gênio das finanças e está na profissão errada, devendo seriamente pensar em virar construtor. Agora, já repararam que, roda e vira, os problemas do mundo, para o deputado, encontram-se em Socorro? Isso acontece porque ele se declarou pré-candidato a prefeito da cidade. E aí, na falta de projetos próprios, sobra verborragia para detonar o que está sendo feito por lá, sem o mínimo senso crítico e sem apresentar alternativa que não seja a raiva. Aí, amigo, fica difícil fechar essa conta...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

“Para nós, a pior solução para o aterro é a mais distante”, Lucimara Passos, presidente da Emsurb (Sergipe Notícias – André Barros – TV Atalaia – 29/11/2011)

Ainda que a polêmica infinita sobre o aterro sanitário de Aracaju seja coisa mais do que séria, alguns lances desse assunto parecem pura ficção. Caso de uma decisão judicial que dá prazo de dez dias para uma solução – que já caiu, pelo bem da sanidade geral – ou do empurra-empurra sobre quem fica ou não com o ‘presente de grego’. E eis que a presidente da Empresa de Serviços Urbanos da capital sergipana sai-se com mais uma para o anedotário geral do tema.
Um aterro mais próximo da cidade é melhor para nós? Nós quem? O fato da distância aumentar os custos é relevante. Mas, assim como o Santa Maria era quase inabitado no início do ‘embarque’ do lixo aracajuano para aquelas plagas, o bairro Palestina, em Socorro, cotado para receber o novo aterro, com o passar dos anos, o abarcará também, transformando o problema em mais do mesmo. Levar o lixo para um aterro em Rosário do Catete pode não ser econômico, mas é garantia de que se resolve a questão por muitas décadas. Quem sabe até lá essa verdadeira ‘torre de Babel’ em que se transformou a discussão sobre o lixo da Grande Aracaju encontre um denominador comum: o interesse dessa e de futuras gerações sendo colocado em primeiro lugar.